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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Diferenças Mediúnicas entre Umbanda e Kardecismo



No livro “Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho” – W. W. da Matta e Silva, há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença entre a mediunidade da “mesa kardecista” e a mediunidade de Umbanda :
“Pergunta : Existe alguma diferença entre a mediunidade da mesa kardecista e a mediunidade de Umbanda?
Resposta : “Sim! A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto e’, os espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra os elementos de magia negra, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na reencarnação e na Lei da Causa e do Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores. Em virtude disso, a defesa do médium kardecista reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos sentimentos, portanto os espíritos da mesa kardecista, após cumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis.

É da tradição espirita kardecista que os espíritos manifestem-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as idéia com o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes.
Em face do habitual cerceamento mediúnico junto às mesas kardecistas, os espíritos tem de se limitar ao intercâmbio mais mental e menos fenomênico, isto é, mais idéias e menos personalidade. Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente kardecista.
A faculdade mediúnica do médium ou cavalo de Umbanda é muito diferente da do médium kardecista, considerando-se que um dos principais trabalhos da Umbanda é atuar no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte primaria da vida.
Os médiuns de Umbanda lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas, mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que manipulam as forcas ocultas negativas com sabedoria. Em conseqüência o seu desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecistas. Para se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges negras, ele tem de valer-se dos elementos da natureza, como seja: banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás ,Guias e Protetores, como meios de defesa e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa, sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das falanges negras, isto e’, do mal que os perseguem, sempre procurando tirar uma desforra.
Por isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque comandadas pelos experimentados Orixás, conhecedores das manhas e astucias dos magos negros. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas. Os Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um compromisso de serviço de fidelidade mutua, porem, de maior responsabilidades dos Chefes de Terreiro.
Dai as descargas fluídicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e dando de beber a todos água fluidificada. Espirito que encarna com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar.
Na corrente kardecista, isto não é necessário, em virtude de não ter de enfrentar trabalhos de magia negra, como acontece na Umbanda, e mesmo permitir aos guias atuarem-lhe mais fortemente nas regiões dos plexos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais características. Enato vemos caboclos e pretos-velhos revelarem-se nos Terreiros com linguagem deturpada para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças, encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas. “

O que significa Mavambo

História de Mavambo



Esta história de Mavambo, que também conhecemos como Nzila, conta que ele era um ser muito independente em relação aos outros Minkisi pelo fato de ser o primogênito e ter aprendido tudo sobre o mundo com o pai dele, com o criador.
Com a chegada dos outros irmãos, dos outros Minkisi, e dos seres que habitariam o mundo, ele se sentia um pouco frustrado de ter que aprender novamente as lições já repassadas por Nzambi Umpungu. Autônomo e mandão, ele solicitou do criador a possibilidade de criar um continente onde ele pudesse reinar. Nzambi concedeu seu pedido e ele criou seu reino achando que isso resolveria os seus problemas. No entanto ele se sentiu só uma vez que nesse universo não habitava ninguém e ele começou a criar seres a partir de sua própria energia, do seu próprio sangue que deixava pingar no chão e dele brotavam criaturas.
Com o passar do tempo ele povoou a terra com uma infinidade de seres que, não tendo a possibilidade de se alimentar de outra forma, pois em seu reino ainda não havia plantas e minerais, recorriam à energia de Mavambo para continuar a se desenvolver, se alimentar. Isso foi o deixando cada vez mais fraco, pois ele como o criador desses seres, precisava continuar doando sua própria força para que eles crescessem.
Não tendo mais forças para doar, Mavambo recorreu ao pai para saber o que deveria fazer. Nzambi lhe disse que pelo fato de ele ter criado os seres a partir de sua própria força vital, de seu sangue, ele deveria fazer um trato com eles para que lhe ofertassem energia.
Ao retornar ao seu reino, Mavambo criou uma série de animais e plantas para que eles servissem aos seres como ofertório para repor a energia que gastou na criação. É por isso que no Candomblé nós utilizamos animais, plantas e comidas como alimento aos Minkisi e à nossa própria energia.
Sagaz como ele próprio, e antevendo que ao criar esses seres os homens passariam a utilizar dele para repor sua própria energia, esquecendo-se daquele que os criou, Mavambo ordenou que o primeiro Kudiá (comida) do dia deveria ser ofertado a ele. No entanto, como grande articulador que é ele não deixou que os seres soubessem que aquela energia contida no ofertório era pra repor a sua própria.
Fazendo uma correspondência com a história viva e praticada diariamente no Candomblé, é por esse motivo que sempre, em qualquer atividade ou oferenda que fazemos em nossos ritos, é ele quem recebe primeiro o alimento, a energia. Essa ação é necessária uma vez que, sendo ele o conhecedor de todos os caminhos e segredos do mundo, o grande mago, ele precisa de muita energia para resolver nossos problemas, achar soluções e articular com outros seres as condições necessárias para que nossas contendas se resolvam.
A história do ser humano enquanto Nkisi tem muita correspondência com a nossa história atual. O que eu entendo é que quando damos uma comida à Nzila, faz pra ele um ofertório seja de nível vegetal, animal, mineral ou mesmo de luz, é para alimentá-lo, e a nossa própria energia, para que ele aja em nosso favor. Nós damos à luz para que ele também possa nos trazer a luz.
No entanto, é preciso que saibamos recorrer a ele sabendo exatamente aquilo que estamos pedindo. Mavambo, pelo fato de ter sido muito independente e ter aprendido seus limites a partir de sua própria experiência, nos empresta sua energia, mas divide conosco a responsabilidade pelos nossos desejos e vontades. Ele quer que sejamos humildes quando recorremos a ele nos ensinando ter responsabilidade pelos nossos desejos e agüentando a responsabilidade sobre eles.


Mavambo (Exú)







Filiação: Lembarenganga e Kayaia (Oxalá Velho e Yemanjá)

Elemento principal: Fogo

Domínio: Encruzilhadas e porteiras

Cores: Preto e vermelho

Saudação: Larôie! (Salve)

Dia da Semana: Segunda-feira

Número: 1

Comida: Farofa de dendê, farofa de cachaça, farofa de mel, bifes mal passados, entre outros.

Vela: Vermelha e preta (Bicolor)




Sem dúvida o N’kisi (Orixá) mais comentado e tido como o mais controvertido dos cultos afro-brasileiros.




É chamado de mensageiro entre o astral e a terra, ele traduz para a linguagem dos homens a linguagem dos Mikisi (Orixás), os quais não existe contato direto, é o guardião entre o plano material e espiritual, diga-se de passagem é o único que tem carta-branca para transitar em todos os planos que existe nos mundos visíveis e invisíveis.




Mavambo (Exú) está presente em todos os elementos da natureza: terra, água, fogo e ar e em suas combinações.






Aluvaiá





Mavile, mavile, mavile mavambo
Mavile, mavile, mavile mavambo
E kompensu e, a rá rá
E kompensu á.
E mavile, e mavile, mavile maviletango
Mavile, mavile maviletango
E sissa, sissa é sissa lukaia
Sissa, sissa é sissa lukaia
Sissa eu ananguê



Angorôsc

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Umbanda Contemporânea


Foi-se o tempo da “macumba”. A velha e pejorativa expressão sobrevive em pontos isolados da sociedade, alguns redutos evangélicos mais radicais ou que a utilizam como fórmula para causar temor. Em outros redutos, o termo é utilizado como deboche – “chuta que é macumba”. Por trás disso tudo existe o preconceito e a falta de conhecimento. Antes de seguir adiante, deixo claro que este artigo não é contra nem a favor da umbanda, é um artigo para retratar e esclarecer fatos.
    

  O termo “macumba” é usado de forma errada. O popular trabalho realizado nas encruzilhadas – diga-se de passagem – realizado por pessoas de vários credos e não apenas seguidores da umbanda, é despacho. Também pode ser denominado oferenda. Um ritual que remonta séculos na vida do ser humano, e não deveria causar estranheza.
A verdade é uma só: religiões, sejam quais forem, ensinam espiritualidade, e espiritualidade é uma arma que pode ser bem ou mal utilizada pelo homem. A diferença entre uma e outra, e que impressiona este ou aquele segmento social, é a forma de realizar o ritual. Gritos ou silêncio, choro verdadeiro ou choro fingido, entrar em transe ou estado alterado de consciência, falar em línguas ou pensar que está falando em línguas (mais um resultado do estado alterado de consciência), acender velas, oferecer comida ou o próprio sangue, tudo isso são coisas que caracterizam a variedade de rituais. Até lavagem cerebral se encaixa em determinados rituais.


[
     
A Umbanda é religião nascida no Brasil, misto de rituais do candomblé com o catolicismo. Os negros trazidos da África para o trabalho escravo nas fazendas eram proibidos de praticar o candomblé. Então adotaram as imagens católicas para realizar seus cultos, daí nasceram as associações; o culto à Nossa Senhora é o culto à Yemanjá, à São Jorge é a Ogum, e assim por diante. Se o candomblé é um ritual de essência espírita, a umbanda traz essa essência acrescida das imagens de origem católica. O espiritismo de origem afro tem uma composição muito próxima, senão igual, dos cultos indígenas. Poderíamos dizer que é um espiritismo primário, ligado intimamente aos elementos naturais – terra, ar, fogo, água. É essa a diferença para o espiritismo kardecista, onde os elementos intelectuais, psíquicos, se sobrepõe aos elementos naturais, ou primários. No entanto, ambos vão se complementar para a realização do ser humano no mundo, embora o preconceito social afaste um do outro.
     
    Com o passar dos anos, todas as religiões sofrem mudanças, ainda que discretas. As mudanças podem ser superficiais ou profundas. E sem dúvida as mudanças mais notáveis tem sido no catolicismo e na umbanda. Na igreja católica, ainda que o culto às imagens prossiga normalmente, os templos modernos não ostentam o excesso de figuras e imagens como nos séculos passados. A sociedade mudou e a própria igreja reconhece; símbolos para causar temor não se encaixam na espiritualidade que o homem necessita. Na umbanda algo semelhante ocorre. Mas o que mais impressiona é que hoje a umbanda é uma religião que possui mais brancos do que negros. Em nosso país, se for feita uma pesquisa, poderá ser constatado que 50% ou mais das pessoas da raça negra estão nas igrejas evangélicas. A religião, praticamente restrita aos negros no século dezenove, hoje seus templos possuem maioria branca, em alguns chegando a quase 100% dos membros. A resposta está no caminhar da humanidade. Conforme o ser humano evolui naturalmente, vai em busca de conhecimento. Quer conhecer tudo o que existe em termos de matéria e espírito. Ainda que o preconceito e o medo façam parte da vida de muitas pessoas, boa parte, em algum momento de sua vida, buscará algo novo, respostas não encontradas no lugar onde estavam.
    
    A umbanda moderna, por sua essência ligada à natureza e ao espiritismo, caminhou para as veredas da magia. A magia, combatida a ferro e fogo pelos cristãos de séculos atrás, mostra hoje sua cara através das inúmeras seitas ocultistas e também da própria umbanda. Na verdade, a magia já estava dentro do candomblé e da umbanda, o que houve foi a reunião das práticas através de estudos técnicos e culturais, coisas atualmente muito mais fáceis de se fazer do que algum tempo atrás. O mundo globalizado e unido através dos velozes meios de comunicações propicia tanto os contatos como as viagens para realização de pesquisas. Como citei num outro artigo, hoje é até irônico falar em ocultismo, todas as informações estão ao alcance de qualquer pessoa disposta a conhecer isto ou aquilo.
    

    Se a voz do povo diz que Paulo Coelho é o mago do catolicismo, Rubens Saraceni é o mago da umbanda. Saraceni é um nome que já apareceu em minha pesquisa sobre hábito da leitura e seus livros já somam algumas dezenas de títulos, quase todos referentes à magia com base nos quatro elementos naturais e a umbanda. Não li seus livros porque tratam de estudos teológicos, que para compreender, como na maioria das igrejas cristãs, depende de cursos. De fato, quando se fala em curso de Teologia, vem à mente da maioria das pessoas igreja católica ou evangélica. Pois existe sim Teologia da umbanda. Umbandistas não podem ser chamados de macumbeiros ou sectaristas, pois a religião não está nas margens da sociedade. Se o espiritismo kardecista é também ciência, candomblé e umbanda são culturas, cultura de um povo. Teologia é estudo da espiritualidade que envolve Deus e o homem associado à natureza, pois sem os elementos do mundo, o homem não sobreviveria. E é dentro desses elementos que surgem os estudos que se enveredam por caminhos alternativos, atalhos e paragens desconhecidas. A magia por exemplo, sempre existiu e faz parte da natureza. O problema é como foi e vem sendo praticada. Sabe-se que o homem do século XXI, mais que nunca, está preso ao dinheiro, e em sua ânsia por ascensão social, é capaz de tudo. Nesse caso, a busca por conhecimento para alimentar a alma é substituída pelo apelo, interesse em manusear armas novas para se sobressair socialmente. Saraceni, assim como Paulo Coelho, é amado por alguns e odiado por outros. Independente de serem amados ou odiados, fazem literatura que impõe respeito, se assim não fosse, PC não estaria na ABL e Saraceni não teria hoje o maior acervo a respeito de magia contemporânea. Ambos falam sobre armas. E responsáveis que bem sabem ser, alertam seus leitores: “saibam como usar essas ferramentas, pois a lei do retorno é uma lei natural e infalível”. Se umbanda não é “macumba”, magia não é “bruxaria”. Afinal, ninguém chamaria os três reis magos de “bruxos”. Se os reis magos faziam o bem, tais ferramentas censuradas por décadas pela autoridade monopolista da velha igreja também podem fazer o bem. Depende do preparo. Depende da mais nobre atitude que o ser humano traz dentro de si mas nem sempre usa: fazer o bem ao próximo, seja ele quem for.
     

   Se o culto às imagens já não está dentro de muitos católicos de hoje, os rituais umbandistas também já não são os mesmos de outrora. A umbanda moderna condena o sacrifício de animais, e os despachos não são necessários. Tudo está na mente. A espiritualidade moderna, em muitas religiões cristãs, ensina o auto controle, como trabalhar a mente, o que é ótimo, pois o ser humano precisa se desapegar da matéria, posses. O porém é de que forma ele vai utilizar essa valiosa ferramenta.                      Como este artigo foi sobre a umbanda atual, finalizo com as palavras do mago da umbanda contemporânea: “não façam mau uso do poder adquirido, a lei do retorno não falha”.


http://www.george-escritorpiloto.com

sábado, 19 de maio de 2012

Banhos

Segue abaixo uma lista de banhos variados.



Banho de Descarrego



> Arruda, Alecrim, Guiné, Espada de São Jorge, Comigo ninguém Pode, Casca de alho e Fumo de Corda.
Tomar antes de todos os Trabalhos espirituais ou quando estiver se sentindo com suas energias densas. 






1- Banho para limpar e purificar o corpo astral do médium, para sua melhor adaptação para o magnetismo mediúnico.
> Guiné, arruda, casca de alho, jurema preta, folha de pitanga, alecrim, e manjericão.
Banho da cabeça aos pés antes de escurecer durante 3 dias anteriores dos trabalho espirituais.
2- Banho para facilitar a conexão com o astral espiritual e fortalecimento da Coroa mediúnica.
> Alfazema, rosa branca, anis estrelado, flor de jasmim.
Banho da cabeça aos pés antes de dormir.
3- Banho de Gira (Antes de todos os Trabalhos Espirituais)
> Cipó caboclo, cipó prata, erva de Santa Luzia, Artemísia, alfazema, rosa branca e anis estrelado.
Tomar esse banho após tomar o banho de Descarrego.

Banho de Neutralização e Energização


Banho Neutralizador
3 brotos de Goiaba
3 brotos de Mangueira
3 brotos de Pitanga
3 brotos de Jabuticaba
3 brotos de Arruda
Banho Energizador
3 brotos de Hortelã
3 brotos de Manjericão
3 brotos de Pitanga
3 brotos de Anis Estrelado
3 brotos de Alecrim
Você deve escolher um dia da semana, durante 9 semanas seguidas para fazer esse banho. Ex: se escolher a quarta feira, todas as quartas feiras durante 9 semanas tomar os banhos.
Primeiro você deve tomar seu banho de higiene e em seguida tomar o banho neutralizador da cabeça aos pés.
Logo em seguida deve ser tomado o banho energizador também da cabeça os pés.
Para fazer os banhos você deve ferver um litro de água e quando ela estiver fervendo você deverá desligar e colocar os brotos no recipiente e abafar, quando os banhos estiverem em temperatura agradável você já poderá utiliza-ló.

Banhos para as Entidades


Banho para  Cigano:
> Folha e flor de laranjeira, Violeta, Cravo vermelho, Rosas, Cravos, Canela em Pau, Maçã.
Banho para Marinheiros:
> Levante, Cravo da india, Hortelã, Manjericão, Boldo, Losna, Carqueija, Salsão.
Banho para Baianos:
> Folha de coqueiro, Folha de caju, Um coco verde, Folha de laranja, Erva cidreira, Coentro.
Banho para Boiadeiros:
> Alecrim do campo, Capim manteiga ou gordura, Cravo da india, Folha de manga, Chapel de couro, Olho de boi, Babosa, Espada de São Jorge.
Banho para Eres:
> Levante, Verbena, Rosas cor de rosa, Juncho, Erva doce, Guarana ( 1 copo ), Alecrim, Trevo, Folha de anil, Alfazema.
Banho para Preto Velho:
> Guine, Arruda, Alecrim, Lagrima de nossa senhora, Malva, Pau d’ agua, Café.
Banho para Pomba Gira:
> Rosa vermelha, Brinco de princesa, Patchuli – semente, Maçã, Dama da noite, Canela em pau, Orquidea

Banho para prevenção de ataques do Astral Inferior


> Manjericão, jurema preta, alecrim, alfazema, rosa branca e arruda.
Tomar quando você sentir que esta sendo atacado por entidades do astral inferior.

Banho para Orixá Ogum


Este banho é para ser tomado no dia 23 de abril pedindo ao Orixá Ogum que abra seus caminhos e ajuda a vencer todas as demandas.
1 litro de água fria
1 folha de espada de São Jorge partida em sete pedaços.
Os sete pedaços de folha de espada deverá ser macerado na aguá, enquanto estiver fazendo esse ritual peça ao Pai Ogum que ele abra seu caminho e que nenhuma demanda lhe atinja.
Este banho deverá ser tomado após seu banho de higiene, do pescoço para baixo e antes das 18:00 hs.
O que sobrar do banho pode ser jogado em um campo descoberto.

Banho para fortalecer a Aura


Antes do banho energético, sempre tome seu banho higiênico normalmente.
Este banho pode ser utilizado desde a cabeça até os pés. A temperatura da infusão deve estar sempre mais para fria do que para quente. Procure enxugar-se o menos possível para que permaneçam os bons fluidos conseguidos através das ervas, plantas, flores e demais componentes do seu banho.
As sobras do banho devem ser jogadas em água corrente para que a limpeza seja completa.
Ingredientes:
7 rosas brancas comuns ou,
7 rosas brancas de jardim também conhecidas com “rosinha de Santa Rita”.
Ferver 2 litros de água, jogar as rosas, sem os cabos, desligar o fogo e abafar.
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Banho de Ervas quando feito com ervas frescas deve ser maceradas;
Banho de Ervas quando feito com ervas secas deve ser feito em forma de infusão, ou seja, depois que a água ferver acrescenta-se as ervas, lembrando que o fogo deverá estar apagado para que as ervas não cozinhem;
Banho de Descarrego deve ser tomado à noite antes de dormir. Outros tipos de banhos podem ser tomados a qualquer hora e dia;
Não jogamos na coroa, chacra coronário, o sal grosso e os Banhos de Descarregos Fortes, portanto banhos que são compostos somente de ervas agressivas (salvo solicitação especiais e especificas);
É importante tomar um banho de ervas após o banho de sal grosso, pois este banho vem com a função de repor as energias que foram neutralizadas pelo sal;
Pode-se utilizar pedaços de carvão nas solas dos pés durante o banho de sal grosso. O carvão vem com a função de peneirar as energias, deixando somente as energias negativas serem neutralizadas.
Pode-se potencializar o poder energético dos banhos utilizando águas naturais como água de chuva, de cachoeira, de rio ou de mar.
E para finalizar, na dúvida, não tome banho de ervas sem perguntar ou confirmar com um Guia Espiritual ou com sua Mãe/Pai Espiritual afinal, eles conhecem as reais necessidades e as energias propícias de seus ‘filhos’.
Banho de limpeza – Guiné; Alecrim; Sal grosso.
Banho contra magia maléfica – Manjericão; Guiné; Aroeira; Alecrim; Funcho; Malva cheirosa (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho de descarrego para crianças até 14 anos - (usado também como calmante)  sete  balas de mel; Pétalas de rosas branca; Folha de tapete de Oxalá; Alevante; Melissa.

Banho para problemas de embriaguez - Alho macho; Salsão; Arruda; Guiné; Espada de são Jorge; Fumo em rolo desfiado; Quebra tudo.

Banho contra feitiço – Espada de são Jorge; Comigo ninguém pode; Quebra tudo; Alevante; Guiné; Arruda; Cambuí.

Banho de proteção – Espada de são Jorge; Espada de santa Bárbara; Folha de laranjeira; Folha de limoeiro; Folha ou casca de limão galego; Folha de cidreira; Folha de cidró; Rosas brancas (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho de descarga – Quebra tudo; Quebra pedra; Quebra inveja; Arruda; Guiné; Alevante; Comigo ninguém pode.

Banho para fortificar o espírito - Folha de eucalipto do mato; Folha de eucalipto cidró do mato; Folha de erva cidreira; Folha de cidró (pode acrescentar mel e perfume à gosto).
Banho para resgatar a energia vital - Folha de cacau; Folha de fumo; Alevante; Cominho em pó; Manjerona; Manjericão.

Banho para obter boa sorte – Cambuí; Arruda macho e fêmea; Erva de bicho; Folha de fortuna; Guiné; Alevante; Quebra tudo; Comigo ninguém pode; Funcho (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho para melhorar o clima dentro de casa - Melissa; Folha de laranjeira do céu ou da terra; Malva cheirosa; Manjericão; Funcho;  Aniz..

Banho de Preto Velho para atrair sorte – três rodelas de charuto; Arruda (macho ou fêmea); Guiné de guampa; Pétalas de rosas brancas; Trevo; Perfume de alfazema (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho de Exu (abre caminho) – Beladona; Arruda macho; Guiné de guampa; Erva pombinha; Folha de amoreira; Cambuí; Folha de marmelo.

Banho de Pomba-gira (abre caminho) – Guiné de guampa; Arruda fêmea; Cambuí; Aniz; Pétalas de rosas vermelhas; Folha de aroeira; Alevante.

Banho de Exu (limpeza e descarrego) – Arnica; Amendoim (folha); Couve; Carqueja; Folha de batata inglesa.

Banho de Cosme e Damião – Laranjeira; Pétalas de rosas; Cravos; Alecrim; Tapete de Oxalá; Sete balas e mel (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho de Oxóssi - Samambaia; Barba de milho; Folha de butiá; Alecrim do campo; Folha de coqueiro; Folha ou casca da manga; Folha da fortuna (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho de Oxum – Jasmim; Lírio do campo ou jardim; Erva cidreira; Salsa da horta; Pétalas de rosas amarelas; Manjericão; Aguapé; Folha da fortuna (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho de Iemanjá - Alecrim; Manjericão; Hortênsias; Perfume de alfazema; Jasmim; Folha de laranjeira; Aguapé; Rosas brancas (pode acrescentar mel e perfume à gosto).

Banho de Oxalá - Copo de leite; Girassol; Cravos brancos; Tapete de Oxalá; Folha de trigo; Fortuna; Funcho; Malva cheirosa.

Umbanda, defumações,banhos rituais, trabalhos e oferendas”
Evandro Mendonça”.
 http://www.tucabocloubirajara.com

terça-feira, 17 de abril de 2012

Janelas na Alma





Janelas na Alma

Joanna de Ângelis

O sentimento e a emoção normalmente se transformam em lentes que coam os acontecimentos, dando-lhes cor e conotação próprias.
De acordo com a estrutura e o momento psicológico, os fatos passam a ter a significação que nem sempre corresponde à realidade.
Quem se utiliza de óculos escuros, mesmo diante da claridade solar, passa a ver o dia com menor intensidade de luz.
Variando a cor das lentes, com tonalidade correspondente desfilarão diante dos olhos as cenas.
Na área do relacionamento humano, também, as ocorrências assumem contornos de acordo com o estado de alma das pessoas envolvidas.
É urgente, portanto, a necessidade de conduzir os sentimentos, de modo a equilibrar os fatos em relação com eles.
Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de bem observar os sucessos da vilegiatura humana.
De acordo coma a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vivê-la de forma agradável, mesmo nos momentos mais difíceis.
Há quem abra janelas na alma para deixar que se externem as impressões negativas, facultando a usança de lentes escuras, que a tudo sombreiam com o toque pessimista de censura e de reclamação.
Coloca, nas tuas janelas, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura, a fim de acompanhares o mundo e o seu séqüito de ocorrências.
O amor te facultará ampliar o círculo de afetividade, abençoando os teus amigos com a cortesia, os estímulos encorajadores e a tranqüilidade.
A bondade irrigará de esperança os corações ressequidos pelos sofrimentos e as emoções despedaçadas pela aflição que se te acerquem.
O perdão constituirá a tua força revigoradora colocada a benefício do delinqüente, do mau, do alucinado, que te busquem.
A ternura espraiará o perfume reconfortante da tua afabilidade, levantando os caídos e segurando os trôpegos, de modo a impedir-lhes a queda, quando próximos de ti. As janelas da alma são espaços felizes para que se espraie a luz, e se realize a comunhão com o bem.
Colocando os santos óleos da afabilidade nas engrenagens da tua alma, descerrarás as janelas fechadas dos teus sentimentos, e a tua abençoada emoção se alongará, afagando todos aqueles que se aproximem de ti, proporcionando-lhes a amizade pura que se converterá em amor, rico de bondade e de perdão, a proclamarem chegada a hora de ternura entre os homens da Terra.
Psicografia de Divaldo P. Franco - Momentos de Felicidade

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O primeiro Culto Umbandista


Em fins de 1908, uma família tradicional de Neves, Niterói-RJ, foi

surpeendida por uma ocorrência que tomou aspectos sobrenaturais;

o jovem Zélio Fernandino de Moraes, que fora acometido de estranha

paralisia, que os médicos não conseguiam debelar, certo dia ergueu-se

do leito e declarou: Amanhã estarei curado.

No dia seguinte, levantou-se normalmente e começou a andar, como se

nada lhe houvesse tolhido os movimentos. Contava com 17 anos de idade

e preparava-se para ingressar a carreira militar.

A medicina não soube explicar o que acontecera. Os tios, sacerdotes

católicos, colhidos de surpresa, nada esclareceram. Um amigo da família sugeriu então um, e a visita à Federação Espírita de Niterói,

presidida na época por José de Souza.

No 15 de Novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão,

tomando um lugar à mesa.

Tomado por uma força estranha e superior a sua vontade e

conytrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer

dos componentes da mesa, o jovem levantou-se, dizendo " Aqui está

faltando uma flor", e saiu da sala indo ao jardim, voltando logo após

com uma flor, que depositou no centro da mesa. Esta atitude insólita

causou quase que um tumulto.

Reestabelecidos os trabalhos, manifestarampse nos médiuns Kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios. Foram

convidados a se retirarem, advertidos de seu atraso espiritual.


Novamente uma força estranha dominou o jovem Zélio e ele falou, sem

saber o que dizia. Ouvia apenas a´própria voz perguntar o motivo que

levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitarem a comunicação

daqueles espíritos e do porquê de serem considerados atrasados apenas

por encarnações passadas que revelavam. Seguiu-se um diálogo

acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e

afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação

segura. Um médium vidente perguntou:


"Por que o irmão fala nesses termos, pretendendo que a direção aceite

a manifestação de espíritos, que pelo grau de cultira que tiveram,

quando encarnados, são claramente atrasados"...


"Por que fala desse modo se estou vendo, que me dirijo nesse momento

a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz"...


" E qual o seu nome irmão"...


E o espírito desconhecido falou:

"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e de índios, devo dizer que

amanhã ( 16 de Novembro) estarei na casa de meu aparelho, para dar

início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e,

assim, cumprir missão que o plano espiritual lhes confiou.

Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade

que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencrnados.

E se querem saber meu nome, que seja este CABOCLO DAS SETE

ENCRUZILHADAS, porque para mim não haverá caminhos fechados.

O vidente retrucou: " Julga o irmão que alguém irá assistir a seu

culto...

E o espírito já identificado disse: Cada colina de Niterói atuará como

porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei.


No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto,

numero 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá estavam

reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a

veracidade do que fora declarado na véspera, estavam os parentes

mais próximos, amigos, vizinhos e do lado de forma uma multidão de

desconhecidos.

As 20:00 manifestou-se o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.

Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os

espíritos dos velhos africanos que haviam sevido como escravos e que,

desencarnados,não encontravam campo de atuação nos remanescentes

das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os

trabalhos de feitiçarias, e os índios nativos de nossa terra, poderiam

trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse

a cor, raça, o credo e a condiçao social. Aprática da caridade, no

sentido do amor fraterno, seria a característica principal desse culto,

que teria por base o evangelho de Jesus. O caboclo estabeleceu as

normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados

os períodos de trabalho espiritual, diárias das 20:00 às 22:00hs, os

participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento

seria gratuito. Deu também o nome do movimento religioso que se

iniciava UMBANDA - manifestação do espírito para caridade.


A casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de

NOSSA SENHORA DA PIEDADE, porque assim como Maria acolheu o

filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que

necessitassem de ajjuda ou conforto. Ditadas as bases do culto, após

responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes,

o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS passou a parte prática dos

trabalhos, curando enfermos, fazendo andar paralíticos. Antes do

término da sessão, manifestou-se como um PRETO VELHO, PAI ANTÔNIO , que vinha completar as curas. No dia seguinte, verdadeira

romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos, etc,

vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de JESUS.

Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura,

deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais. A partir daí, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS

começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão

e sedimentação da religião de UMBANDA. Além de PAI ANTÔNIO,

tinha como auxiliar o CABOCLO ORIXÁ MALÉ, entidade com grande

experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.


Em 1918, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS recebeu órdens do

Astral Superior para fundar Sete Tendas para a propagação da

Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes

* *TENDA ESPÍRITA NOSSDA SENHORA DA GUIA

* TENDA ESPÍRITA NOSSA SENHORA DA CONCEÇÃO

*TENDA ESPÍRITA SANTA BÁRBARA

*TENDA ESPÍRITA SÃO PEDRO

*TENDA ESPÍRITA OXALÁ

*TENDA ESPÍRITA SÃO JORGE

*TENDA ESPÍRITA SÃO JERÔNIMO


Embora não seguindo a carreira militar para qual se preparava, pois

sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes

nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua

família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os

templos que o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS FUNDOU.

Ministros, industriais e militares que recorriam ao poder mediúnico

de Zèlio para cura de parentes enfermos e os vendo recuperados,

procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo

cheques vultuosos. NÃO OS ACEITE. DEVOLVA-OS, ORDENAVA SEMPRE O CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.

A respeito do uso do termo ESPÌRITA e de SANTOS CATÓLICOS nas

Tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época

não se poder registrar o nome UMBANDA, e quanto aos nomes de

SANTOS, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para

fiéis da religião católica que procurava os préstimos da UMBANDA.



O ritual estabelecido pelo CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS era

bem simples, com cânticoas baixos e harmoniosos, vestimenta branca,

proibição de sacrifícios animais, dispensou os atabaques e as palmas.

Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não

seriam aceitos. As guias usadas são apemas as que determinam a

entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os Amacis,

a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do

ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiam os

principais elementos de preparação do médium.


Após 55 anos de atividades à frente da TENDA NOSSA SENHORA DE PIEDADE (PRIMEIRO TEMPLO UMBANDISTA), Zélio entregou a

direção dos trabalhos às suas filhas Zélia e Zilméia, continuando ao

lado de sua esposa Isabel, médium do caboclo Roxo, a trabalhar na

CABANA DE PAI NTÔNIO, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras

de Macacu-RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao

atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os

que o procuravam.1

Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (TENDA DE

UMBANDA, LUZ, ESPERANÇA, FRATERNIDADE- RJ) gravou uma

mensagem do CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, e que bem

espelha a humildade e o alto grau de evolução dessa entidade de muita

luz. Ei-la :


A UMBANDA TEM PROGREDIDO E VAI PROGREDIR`

É preciso haver sinceridade e honestidade, e eu previno sempre aos

companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a UMBANDA,

Médiuns que irão se vender e que serão mais tarde expulsos, como

JESUS expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem

é a consulente mulher, do médium mulher é o consulente homem.

É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores

que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma

coisa no coração da mulher que fala ao Pai de Terreiro, como no coração do homem que fala à Mãe de Terreiro. É preciso haver muita

moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa.

UMBANDA É HUMILADE, AMOR E CARIDADE - Esta é a nossa

Bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos

que trabalham na UMBANDA DO BRASIL: CABOCLOS DE OXÓSSI,

DE OGUM, DE XANGÔ. Eu porém , sou da FALANGE DE OXÓSSI, meu

Pai, e não vim por acaso, tenho uma órdem, uma missão.

Meus irmãos: sejm humildes, tenham amor no coração, amor de irmão

para irmão, porque vossas mediunidades ficarão, mais puras, servindo

aos espíritos superiores que venham à baixar entre vós; é preciso que

os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as

virtudes que JESUS pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas

comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro

nas CASAS DE UMBANDA.

Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos à fazer, mas começou antes dos 18 anos. Posso dizer que o ajudei a casar, para que

não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável

e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar nossa UMBANDA.

A maior parte dos que trabalham na UMBANDA, se não passaram

por essa TENDA, passaram pelas que safram dessa CASA.

Tenho uma coisa a vos pedir: se JESUS veio ao planeta Terra na

humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai o

determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época,

mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria

traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade

Que o nascimento de JESUS, a humildade que ELE deixou à Terra,

sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros

de maldades por pensamentos e práticas. Que DEUS perdoe as

maldades que possam ter sido pensadas, para que a Paz possa reinar

em vossos corações e nos vossos lares.

Fechai os olhos para a casa do vizinho, fechai a boca para não

murmurar contra quem quer que seja, não julgueis para não serdes

julgados, acreditai em DEUS e a paz estará em vossos lares . É dos

Evangelhos.

Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou na Terra, mas

amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que

me rodeiam nesse momento, peço que eles sintam a necessidade de

cada um de vós e que, ao sairdes desse TEMPLO DE CARIDADE,

encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e

curados, e a saúde para sempre em vossa matéria.

Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e

caridade, SOU E SEMPRE SEREI O HUMILDE CABOCLO DAS

SETE ENCRUZILHADAS.